Aonde irás com teu orgulho,  
com tua cabeça avulsa,  
avessa ao que borbulha  
na moldura clara do dia?  
 
 
 
 
Aonde irás, assim, acima  
do que tange e macula  
a marcha insana e chula  
da massa humana?  
 
 
 
 
Aonde vais agora  
alheia às filas e às gulas  
sem olhar o que se acumula  
de feio e sujo dentro da hora?  
 
 
 
 
Aonde vais a arredares  
de teus arredores  
feridas e dores das turbas  
que nem te perturbam?  
 
 
 
 
Aonde vais com a postura  
de deusa infensa  
que anda nas alturas  
de sua indiferença? 
  
Aonde vais com a aura  
áurea de loura ariana  
exalando aromas suaves  
de fina e alta dama?  
 
 
 
 
Aonde vais com empáfia  
desdenhando a plebe  
e a cor escura da pele  
que julgas impura?  
 
 
 
 
Aonde vais, afinal,  
de óculos escuros  
como se olhasses só  
para tua cintura? | 
7 de outubro de 2010
ResponderExcluir