De dia em dia, mudo rosto e pelo;
mas doce anzol não menos aboquei,
e em visco os ramos verdes não larguei
da árvor que não olha sol ou gelo.
Sem água o mar e o céu sem sete-estrelo
seja, quando eu não tema ou não anseie
a bela sombra, ou não ame e odeie
a alta chaga amorosa que mal velo.
Não terei nesse afã repouso, até que
me desosse e desnerve e me despolpe,
ou minha imiga tenha compaixão.
E o impossível seja, antes que seque
a morte, ou ela, em seu olhar, o golpe
que Amor já me assestou ao coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário