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segunda-feira, 10 de março de 2014

Julia e os Balões & Julia and the balloons





APRECIAÇÃO

Recentemente fui tocado delicadamente 
por dois livros de Marco Coiatelli. 

Na estiva diária de leituras incessantes, 
a leitura de A Tartaruga e o Jabuti 
e de Julia e os Balões 
se sobrepuseram ao comum. 

Deixaram-me feliz. 

Retornaram no meu sonho 
na recordação agradável. 

Retornar ao aprazível não é um sinal de felicidade?

Lembro da escrita direta, curta, 
clara que parece tudo dizer na simplicidade: 
"tinha balão grandão, do tamanho de um avião, 
e pequenininho, do tamanho de um dedinho."

Vemos o significanteninho retornando.
 E o balão na variedade partindo. 

Temos nosso ninho infantil 
nosso ar que nos porta 
não sabemos bem para onde. 

Fez-me pensar como seres humanos na fragilidade, na alegria e na pureza de cada movimento do existir.

 Assim, a delicadeza se impôs ao ritmo de vida incessante apontando a grande aventura do existir.

 Fiquei tomado pelos livrinhos 
e fiz testes com crianças próximas.

O teste da ocorrência do pedido das crianças: 
"Conta de novo!"  

Minha filhinha de dois aninhos, 
suas amigas, queriam insistentemente 
voltar aos balões do Marco. 

De alguma maneira sabiam que eram como os balões. A metáfora de sermos como balões permite vermo-nos em acontecimento. 

Mostra que a vida nos leva e que ela transcorre. 
Ela é poiesis. 
Brota da gente. 
E podemos ir com ela. 

Toca-nos as cores da vida e das duas historinhas.
Elas também são da ordem do que ocorre antes do pensar reativo, intelectual. 
A cor se apresenta. 

A junção entre um autor sensível 
e um ilustrador é única. 
Foi a felicidade do encontro criativo. 

A leitura dos livrinhos de Marco levou-me para um viver em fluxo, a vida como ela é 
e na felicidade que pode vir a nos acontecer. 

E, confesso, minha filhinha de dois aninhos ficou pedindo para relê-los sem cessar, como a querer fazer a grande aventura da vida.

APRECIAÇÃO DO PROF. DR. FRANCISCO MARTINS ( PSIQUIATRA, PSICÓLOGO, PSICANALISTA)

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