APRECIAÇÃO
Recentemente fui tocado delicadamente
por dois livros de Marco Coiatelli.
Na estiva diária de leituras incessantes,
a leitura de A Tartaruga e o Jabuti
e de Julia e os Balões
se sobrepuseram ao comum.
Deixaram-me feliz.
Retornaram no meu sonho e
na recordação agradável.
Retornar ao aprazível não é um sinal de felicidade?
Lembro da escrita direta, curta,
clara que parece tudo dizer na simplicidade:
"tinha balão grandão, do tamanho de um avião,
e pequenininho, do tamanho de um dedinho."
Vemos o significanteninho retornando.
E o balão na variedade partindo.
Temos nosso ninho infantil
e nosso ar que nos porta
não sabemos bem para onde.
Fez-me pensar como seres humanos na fragilidade, na alegria e na pureza de cada movimento do existir.
Assim, a delicadeza se impôs ao ritmo de vida incessante apontando a grande aventura do existir.
Fiquei tomado pelos livrinhos
e fiz testes com crianças próximas.
O teste da ocorrência do pedido das crianças:
"Conta de novo!"
Minha filhinha de dois aninhos,
suas amigas, queriam insistentemente
voltar aos balões do Marco.
De alguma maneira sabiam que eram como os balões. A metáfora de sermos como balões permite vermo-nos em acontecimento.
Mostra que a vida nos leva e que ela transcorre.
Ela é poiesis.
Brota da gente.
E podemos ir com ela.
Toca-nos as cores da vida e das duas historinhas.
Elas também são da ordem do que ocorre antes do pensar reativo, intelectual.
A cor se apresenta.
A junção entre um autor sensível
e um ilustrador é única.
Foi a felicidade do encontro criativo.
A leitura dos livrinhos de Marco levou-me para um viver em fluxo, a vida como ela é
e na felicidade que pode vir a nos acontecer.
E, confesso, minha filhinha de dois aninhos ficou pedindo para relê-los sem cessar, como a querer fazer a grande aventura da vida.
APRECIAÇÃO DO PROF. DR. FRANCISCO MARTINS ( PSIQUIATRA, PSICÓLOGO, PSICANALISTA)
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