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quarta-feira, 30 de maio de 2012

WISLAWA SZYMBORSKA (NOBEL 1996)



SOB UMA ESTRELA PEQUENINA (1/2)

Me desculpe o acaso por chama-lo necessidade.

Me desculpe a necessidade se ainda assim me engano.

Que a felicidade não se ofenda por toma-la como minha.

Que os mortos me perdoem por luzirem francamente na memoria.

Me desculpe o tempo pelo tanto de mundo ignorado por segundo.

Me desculpe o amor antigo por sentir o novo como primeiro.

Me perdoem guerras distantes, por trazer flores para casa.

Me perdoem, feridas abertas, por espetar o dedo.

Me desculpem os que clama das profundezas pelo disco de minuetos.

Me desculpe a gente nas estacoes pelo sono das cinco da manha.


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