POR QUÊ?
Ris, se digo que és boa; e se te digo
Que és má, tomas um ar de indiferença...
Fazes um gesto vago de descrença,
Quando afirmo serei teu muito amigo...
Se de tuas promessas te desligo,
Amuas-te; e é fatal a desavença,
Ao te falar da gratidão imensa
E do respeito meu para contigo...
Se as mãos te beijo, cedes; mas, fremente,
Se a procuro, essa boca me resiste!...
Enfado-me, gargalha loucamente!
Não sei, porém, se alta razão te assiste,
Se a atitude é de sábio ou de demente,
Quando, ao jurar que te amo, ficas triste!
(Ocaso, 1934.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário