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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Gonçalves Dias (1823-1864)




 Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

sábado, 20 de agosto de 2022

BOOKS 4/2020


Marco Coiatelli & Franco Rossi

BOOKS 4/2022




35.

Seneca

L’ira 

Introduzione, traduzione e note 

di Constantino Ricci

Rizzoli 



36.

Samuel Beckett

Finale di partita 

Tradizione di Carlo Fruttero 

Fin de partie (1956)

Con un saggio di 

Theodor Wiesengrund Adorno

Mondadori 



37.

Samuel Beckett

Tutti quelli che cadono

All that Fall (1957)

Traduzione di Carlo Fruttero 

Mondadori 



38.

Luciano

Storia Vera

Traduzione Quintino Cataudella

Rizzoli



39.

Lao- Tzu 

Tao Te Ching

Everyman’s library 158

Editor Alfred Knopf



40.

Carlos Nejar

A Espuma de Fogo

Ateliê Editorial 



41.

Ítalo Calvino

Città Invisibili 

Mondadori 



42.

Graham Greene

The Third Man

Il terzo uomo

Traduzione Alessandro Carrera

Mondadori 

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Giorgio de Chirico - The Evil Genius of a King, 1915


The Evil Genius of a King, 1915


Assim ele continuava a pintar… não mais o sete, que ele testara de todas as formas, assim como o oito e o nove … agora ele mirava o Infinito… tal como o tinha ensinado Leonardo Da Vinci 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

BOOKS 3/2022




23.

Hugo de Carvalho Ramos(1895-1921)

Cinco contos e uma Novela 

Ilustrações Amaury Menezes (1930)

19@ publicação especial 

Confraria dos Bibliófilos do Brasil



24.

Graciliano Ramos

Viventes das Alagoas

Martins Fontes, São Paulo;1962



25.

Agatha Christie

E não sobrou nenhum 

And then there were none

Tradução Renato Marques de Oliveira

Editora Globo 



26.

Noam Chomdky

Perché L’Ucraina 

Interviste di CJ Polychroniou e

Valentina Nicolì

Adriano Salani Editore



27.

Luciano Canfora 

Francesco Borgonovo

Guerra in Europa

Oaks Editrice



28.

Benjamín Labatut

Quando abbiamo smesso di capire il mondo

Adelphi Edizioni



29.

Giuseppe Verdi

Aida 

Libretto Antonio Ghislanzoni

Reclams Universal Bibliothek nr 9338



30.

Giuseppe Verdi

Nabuco

Libretto di Temistocle Solera

Reclams Universal Bibliothek nr 18216



31.

Wander Piroli 

Ilustrações Odilon Moraes

Os Dois Irmãos

Sesi-Sp Editora



32.

Odilon Moraes

Olavo

Jujuba Editora 



33.

Elaine Pasquali Cavion

Ilustrações Odilon Moraes

O tempo de Navio

Editora Aletria



34.

Carlo Ossola

Personaggi della Divina Comédia

Venezia,2021

Marsilio Editori





sexta-feira, 13 de maio de 2022

Lêdo Ivo (1924-2012)



O IGNORANTE

Ignoro a origem do mundo e o fulgor das estrelas.

Ignoro o movimento que estremece e contrai a concha desejada.

Nada sei sobre a pedra e o silêncio.

Ignoro o amor e a chuva monótona.

A tudo ignoro e no entanto vivo

e respiro a maresia

de minha infância sepultada, de 
minha infância 

que me acompanha como uma sombra persistente

na noite iluminada.




DO LIVRO
RELÂMPAGO 
EDITORA CONTRA CAPA, 2018.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Luís Cernuda (1902-1963)





CONTIGO

¿ Mi tierra ?
Mi tierra eres tú.

¿ Mi gente ?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
Para mi están adonde
No estés tú.

¿ Y mi vida ?
Dime, mi vida,
“ ¿ Qué es, si no eres tú ?

domingo, 24 de abril de 2022

W.H. Auden (1907-1973)







 “ The stars are dead. 

The animals will not look. 

We are left alone with our day, 
and the time is short, and

History to the defeated

May say Alas but cannot help nor pardon.” 

Last words of Poem 
‘Spain’

terça-feira, 12 de abril de 2022

Sergio Couri - OVNIS

Pintura by Gonçalo Ivo 


Ovnis
             

Se fôssemos deste mundo
Não seríamos o que somos,
Fagulhas viajantes nas asas da luz,
Infiltrando na alma
Gestações torturantes.

Não teríamos noção  das harmonias,
Dos acordes possíveis na Sociedade dos fonemas,
Das cores que fuorescem
No interior das palavras.

Não veríamos  luzes por trás das sintaxes da expressão,
Dançando , como  fadas,
Com incontáveis  emoções.

Se fôssemos deste mundo,
Não saberíamos distinguir a vida da arte,
O aquém do além,
O imanente do transcendental,
O real do alegórico,
O depois do agora.

Nem penetraríamos nas realidades interiores
Onde somente intuições
Têm permissão de entrar.

Não saberíamos contar as galáxias que  há no espaço,
Nem dizer o que há mais além das galáxias.

Se fôssemos deste mundo,
Não chegaríamos ao Infinito
Ao princípio e ao fim de todas as cousas. 

Não traríamos os Deuses ao convívio,
Não integraríamos seu mundo com os destinos,
Nem deles obteríamos a imprescindível compreensão.

          Brasília, abril  de 2022

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Books 2/2022




14.

Nelson Cruz Ilustrações 

Texto João Luiz Guimarães 

Sagatrissuinorana

Editora Ôzé



15.

Yukio Mishima (1925-1970)

Onnagata

Traduzione di Andrea Maurizi 

Mondadori 



16.

William Shakespeare 

Otelo

Tradução Bárbara Heliodora 

Editora Nova Aguilar



17.

William Shakespeare 

Troilus e Cressida

Tradução Bárbara Heliodora 

Editora Nova Aguilar



18.

William Shakespeare 

Bom é o que acaba bem

Tradução Bárbara Heliodora 

Editora Nova Aguilar



19.

William Shakespeare 

Medida por medida

Tradução Bárbara Heliodora 

Editora Nova Aguilar



20.

William Shakespeare 

Macbeth 

Tradução Bárbara Heliodora 

Editora Nova Aguilar



21.

Francis Scott Fitzgerald 

Di qua dal Paradiso 

This side of Paradise

Traduzione di Fernanda Pivano



22.

André Neves

Noite e Dia

Textos de Luciano Pontes e

Fábio Monteiro

Editora Paulinas

quarta-feira, 9 de março de 2022

BOOKS 1/2022



Books 1/2022 


1.

Mary Shelley

The New Annotated

Frankenstein 

Edited by Leslie S. Klinger

W Norton Back number



2.

JOSÉ Carlos Gentili

Lagoa dos Cavalos

Almedina 



3.

Anton Pavlovich Cechov

Sulla Strada Maestra 

Garzanti 



4.

Anton Pavlovich Cechov

Il canto del Cigno

Garzanti 



5.

Anton Pavlovich Cechov

Sulla Strada Maestra 

Garzanti 



6.

Anton Pavlovich Cechov

Sul Danno del Tabacco

Garzanti 



7.

Anton Pavlovich Cechov

L’Orso

Garzanti 



8.

Anton Pavlovich Cechov

Sulla Strada Maestra 

Garzanti 



9.

Afonso Pena Júnior 

Cadeira VII

Discurso ABL em 14 de agosto de 1948

Recepção de Alceu Amoroso Lima

ABL



10.

Anibal Freire da Fonseca (1884-1970)

Cadeira III

Discurso ABL em 10 de maio 1949

Recebido por João Neves da Fontoura 

ABL



11.

Elmano Cardim

Cadeira XXXIX

Discurso em 29 de setembro de 1950

Recebido por Levi Carneiro 

ABL



12.

Austregésilo de Athayde

Cadeira VIII

Discurso em 14 de novembro de 1951

Recebido por Múcio Leão 

ABL



13.

André Neves

Obax 

Brinque-Book Editora 











 





sexta-feira, 4 de março de 2022

Gonçalo Ivo


ILUMINURAS

ENCONTRO COM HOMENS NOTÁVEIS I

04/03/2022Por Goncalo Ivo

Em nossa curta existência, cruzamos com pessoas notáveis. Minha história justifica o que afirmo. Foram inúmeras convergências, desde minha juventude. A isso,
agregava extensas horas de leitura, sempre acompanhado pela música. Em minha tenra idade, ainda não percebia que a fluidez dessa convivência não era obra do acaso. Nada é fortuito. Todos os segredos, significados e mecanismos invisíveis desses encontros, afinidades e pertencimentos pareciam estar escritos em pedra.

Passavam pelo apartamento de Botafogo poetas, pintores, filólogos, arquitetos, gente de teatro e cinema, cientistas, críticos de arte e de literatura. Ainda no
colégio São Vicente de Paulo, no início dos anos 1970, sentia-me à margem. Os jovens colegas eram adeptos do esporte, dos carros e das primeiras conquistas sexuais. Minhas inclinações se dirigiam à solidão da música, da pintura e da literatura. Dormia na biblioteca de meu pai. Minha cama era um estrado projetado por Sergio Rodrigues. Da baixa altura dessa cama improvisada, mirava as lombadas de livros de Ray Bradbury, Campos de Carvalho, José Lins do Rêgo, Hermann Hesse, Kurt Vonnegut, Jorge Amado e muitos outros. Sem sequer levantar-me, pedia às minhas mãos que levassem ao foco de minhas retinas O lobo da estepe, Sidarta, Crônicas marcianas, Capitães de areia, Menino de engenho, A bagaceira, Robinson Crusoé, A lua vem da Ásia e a Ilha do tesouro.



Aluísio Carvão, Cornucópia, 1955 



No verão de 1999, caminhando em Paris na Rue de Rennes, em direção ao meu “marchand de couleurs”, no Boulevard Edgar Quinet, a loja L’Artiste Peintre, de
propriedade de Raoulf e Bassam, árabes católicos libaneses, deparo-me com a alta figura de Sérgio de Campos Mello na esquina com a Rue de L’Abbé Gregoire. Não nos víamos havia vários anos, talvez mais de uma década.

Em 1976, Sérgio e Aluísio Carvão foram meus professores no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Ser aluno deles foi uma escolha minha. Havia
visitado várias classes do bloco-escola do MAM, porém minha intuição me guiou para Sérgio e Aluísio, com os quais, para além de minha admiração, passei a cultivar uma recíproca e profunda amizade.



Aluísio Carvão, Clarovermelho, 1959 


Aluísio Carvão tinha olhos verdes-azuis, como a água pura de alguma praia incógnita do Norte ou Nordeste do Brasil. Em suas aulas, em pleno verão carioca, até os ventiladores e as cigarras silenciavam. Usava um jaleco branco de uma alvura luminosa, que contrastava com sua pele morena e avermelhada. Para mim, suas classes nunca foram aulas de desenho, e sim verdadeiros rituais pelos quais devemos passar para, se possível, um dia, sabermos quem somos e a que almejamos. Olhava, desenhava e interpretava. Sentia-me instigado a continuar trabalhando.

Não raro, Carvão trazia um florão barroco de madeira, ostentando suas curvas mineiras, a pátina degradada pelo tempo e a fome centenária dos cupins. Colocava-o ao lado de um cacho de bananas. E eu me indagava se o pequeno objeto barroco que ele tanto admirava não havia sido “subtraído” de uma pequena capela mineira por um padre ou coroinha.

O mundo girava e, à noite, na vertigem do meu exíguo estrado de madeira, minha ilha secreta, visitava os oceanos e os seus inesgotáveis continentes de papel.



Aluísio Carvão, Wilma Meu Amor, 1978 



Gonçalo Ivo
Paris, 22 de fevereiro de 2022.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Marco Polo by Calvino


Mimmo Paladino 


Marco Polo descrive un ponte, pietra per pietra.

- Ma qual è la pietra che sostiene il ponte ? - chiede Kublai Kan.

- Il ponte non è sostenuto da questa o quella pietra, ma dalla linea dell’arco che esse formano.

Kublai Kan rimane silenzioso, riflettendo. Poi soggiunse : Perché mi parli delle pietre ? È solo dell’arco 
che m’importa. 

Polo risponde: - Senza pietre non c’è arco.


Italo Calvino
Capítulo V
Le città invisibili