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sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
VIOLETTA !!!!
A violeta é introvertida e sua
introspecção é profunda.
Dizem que se esconde por modéstia.
Não é.
Esconde-se para poder captar o próprio
segredo.
Seu quase-não-perfume é glória
abafada mas exige da gente que o
busque.
Não grita nunca seu perfume.
Violeta diz levezas que não se podem
dizer.
Clarice Lispector.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
Henry Mancini, "Pink Panther Theme"
Sempre Imperdível !!!
Imaginar o que pode trazer
para as nossas memorias..
uma musica de 3 minutos !!!
O mio babbino caro by Anna Netrebko (Gianni Schicchi)
NESSE ULTIMO DIA TAO ESPECIAL !!!!
GOSTARIA DE HOMENAGEAR
QUATRO PESSOAS QUERIDAS
MINHA AVO JUDITH !!!
MINHA MÃE MARIETA !!!
MINHA IRMA LINA !!!
MINHA FILHA MARIA !!!
E SEM ESQUECER DA ...
MINHA ... !!!!
AMEM !!!
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
ELIANE BRUM (3/3)
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda(Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Ray Bradbury (1920-2012)
Ray Bradbury, a master of science fiction whose imaginative and lyrical evocations of the future reflected both the optimism and the anxieties of his own postwar America, died on Tuesday in Los Angeles. He was 91.
Multimedia
Times Topic: Ray Bradbury
Vintage Bradbury, Packaged Anew (August 22, 2007)
- Book Review: "The Stories of Ray Bradbury" (October 26, 1980)
- Book Review: "Something Wicked This Way Comes"(September 19, 1962)
- Book Review: "Fahrenheit 451" (November 8, 1953)
Associated Press
Readers’ Comments
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His death was confirmed by his agent, Michael Congdon.
By many estimations Mr. Bradbury was the writer most responsible for bringing modern science fiction into the literary mainstream. His name would appear near the top of any list of major science fiction writers of the 20th century, beside those of Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein and the Polish author Stanislaw Lem. His books are still being taught in schools, where many a reader has been introduced to them half a century after they first appeared. Many readers have said Mr. Bradbury’s stories fired their own imaginations.
More than eight million copies of his books have been sold in 36 languages. They include the short-story collections “The Martian Chronicles,” “The Illustrated Man” and “The Golden Apples of the Sun,” and the novels “Fahrenheit 451” and “Something Wicked This Way Comes.”
Though none of his works won a Pulitzer Prize, Mr. Bradbury received a Pulitzer citation in 2007 “for his distinguished, prolific and deeply influential career as an unmatched author of science fiction and fantasy.”
His writing career stretched across 70 years, to the last weeks of his life. The New Yorker published an autobiographical essay by Mr. Bradbury in its June 4 double issue devoted to science fiction. There he recalled his “hungry imagination” as a boy in Illinois.
“It was one frenzy after one elation after one enthusiasm after one hysteria after another,” he wrote, noting, “You rarely have such fevers later in life that fill your entire day with emotion.”
Mr. Bradbury sold his first story to a magazine called Super Science Stories in his early 20s. By 30 he had made his reputation with “The Martian Chronicles,” a collection of thematically linked stories published in 1950.
The book celebrated the romance of space travel while condemning the social abuses that modern technology had made possible, and its impact was immediate and lasting. Critics who had dismissed science fiction as adolescent prattle praised “Chronicles” as stylishly written morality tales set in a future that seemed just around the corner.
Mr. Bradbury was hardly the first writer to represent science and technology as a mixed bag of blessings and abominations. The advent of the atomic bomb in 1945 left many Americans deeply ambivalent toward science. The same “super science” that had ended World War II now appeared to threaten the very existence of civilization. Science fiction writers, who were accustomed to thinking about the role of science in society, had trenchant things to say about the nuclear threat.
But the audience for science fiction, published mostly in pulp magazines, was small and insignificant. Mr. Bradbury looked to a larger audience: the readers of mass-circulation magazines like Mademoiselle and The Saturday Evening Post. These readers had no patience for the technical jargon of the science fiction pulps. So he eliminated the jargon; he packaged his troubling speculations about the future in an appealing blend of cozy colloquialisms and poetic metaphors.
Though his books became a staple of high school and college English courses, Mr. Bradbury himself disdained formal education. He went so far as to attribute his success as a writer to his never having gone to college.
Instead, he read everything he could get his hands on: Edgar Allan Poe, Jules Verne, H. G. Wells, Edgar Rice Burroughs, Thomas Wolfe, Ernest Hemingway . He paid homage to them in 1971 in the essay “How Instead of Being Educated in College, I Was Graduated From Libraries.” (Late in life he took an active role in fund-raising efforts for public libraries in Southern California.)
Mr. Bradbury referred to himself as an “idea writer,” by which he meant something quite different from erudite or scholarly. “I have fun with ideas; I play with them,” he said. “ I’m not a serious person, and I don’t like serious people. I don’t see myself as a philosopher. That’s awfully boring.”
He added, “My goal is to entertain myself and others.”
He described his method of composition as “word association,” often triggered by a favorite line of poetry.
Mr. Bradbury’s passion for books found expression in his dystopian novel “Fahrenheit 451,” published in 1953. But he drew his primary inspiration from his childhood. He boasted that he had total recall of his earliest years, including the moment of his birth. Readers had no reason to doubt him. As for the protagonists of his stories, no matter how far they journeyed from home, they learned that they could never escape the past.
In his best stories and in his autobiographical novel, “Dandelion Wine”(1957), he gave voice to both the joys and fears of childhood, as well as its wonders.
“Dandelion Wine” begins before dawn on the first day of summer. From a window, Douglas Spaulding, 12, looks out upon his town, “covered over with darkness and at ease in bed.” He has a task to perform.
“One night each week he was allowed to leave his father, his mother, and his younger brother Tom asleep in their small house next door and run here, up the dark spiral stairs to his grandparents’ cupola,” Mr. Bradbury writes, “and in this sorcerer’s tower sleep with thunders and visions, to wake before the crystal jingle of milk bottles and perform his ritual magic.
“He stood at the open window in the dark, took a deep breath and exhaled. The streetlights, like candles on a black cake, went out. He exhaled again and again and the stars began to vanish.”
Now he begins to point his finger — “There, and there. Now over here, and here ...” — and lights come on, and the town begins to stir.
“Clock alarms tinkled faintly. The courthouse clock boomed. Birds leaped from trees like a net thrown by his hand, singing. Douglas, conducting an orchestra, pointed to the eastern sky.
“The sun began to rise.
“He folded his arms and smiled a magician’s smile. Yes, sir, he thought, everyone jumps, everyone runs when I yell. It’ll be a fine season.
“He gave the town a last snap of his fingers.
“Doors slammed open; people stepped out.
“Summer 1928 began.”
Raymond Douglas Bradbury was born Aug. 22, 1920, in Waukegan, Ill., a small city whose Norman Rockwellesque charms he later reprised in his depiction of the fictional Green Town in “Dandelion Wine” and “Something Wicked This Way Comes,” and in the fatally alluring fantasies of the astronauts in “The Martian Chronicles.” His father, Leonard, a lineman with the electric company, numbered among his ancestors a woman who was tried as a witch in Salem, Mass.
An unathletic child who suffered from bad dreams, he relished the tales of the Brothers Grimm and the Oz stories of L. Frank Baum, which his mother, the former Esther Moberg, read to him. An aunt, Neva Bradbury, took him to his first stage plays, dressed him in monster costumes for Halloween and introduced him to Poe’s stories. He discovered the science fiction pulps and began collecting the comic-strip adventures of Buck Rogers and Flash Gordon. The impetus to become a writer was supplied by a carnival magician named Mr. Electrico, who engaged the boy, then 12, in a conversation that touched on immortality.
In 1934 young Ray, his parents and his older brother, Leonard, moved to Los Angeles. (Another brother and a sister had died young.) Ray became a movie buff, sneaking into theaters as often as nine times a week by his count. Encouraged by a high school English teacher and the professional writers he met at the Los Angeles chapter of the Science Fiction League, he began an enduring routine of turning out at least a thousand words a day on his typewriter.
His first big success came in 1947 with the short story “Homecoming,” narrated by a boy who feels like an outsider at a family reunion of witches, vampires and werewolves because he lacks supernatural powers. The story, plucked from the pile of unsolicited manuscripts at Mademoiselle by a young editor named Truman Capote, earned Mr. Bradbury an O. Henry Award as one of the best American short stories of the year.
With 26 other stories in a similar vein, “Homecoming” appeared in Mr. Bradbury’s first book, “Dark Carnival,” published by a small specialty press in 1947. That same year he married Marguerite Susan McClure, whom he had met in a Los Angeles bookstore.
Having written himself “down out of the attic,” as he later put it, Mr. Bradbury focused on science fiction. In a burst of creativity from 1946 to 1950, he produced most of the stories later collected in “The Martian Chronicles” and “The Illustrated Man” and the novella that formed the basis of “Fahrenheit 451.”
While science fiction purists complained about Mr. Bradbury’s cavalier attitude toward scientific facts — he gave his fictional Mars an impossibly breathable atmosphere — the literary establishment waxed enthusiastic. The novelist Christopher Isherwood greeted Mr. Bradbury as “a very great and unusual talent,” and one of Mr. Bradbury’s personal heroes, Aldous Huxley, hailed him as a poet. In 1954, the National Institute of Arts and Letters honored Mr. Bradbury for “his contributions to American literature,” in particular the novel “Fahrenheit 451.”
Parallels to the fate of American Indian cultures are pushed to the point of parody; the Martians are finally wiped out by an epidemic of chickenpox. When nuclear war destroys Earth, the descendants of the human colonists realize that they have become the Martians, with a second chance to create a just society.
“Fahrenheit 451” is perhaps his most successful book-length narrative. An indictment of authoritarianism, it portrays a book-burning America of the near future, its central character a so-called fireman, whose job is to light the bonfires. (The title refers to the temperature at which paper ignites.) Some critics compared it favorably to George Orwell’s “1984.” François Truffaut adapted the book for a well-received movie in 1966 starring Oskar Werner and Julie Christie. As Mr. Bradbury’s reputation grew, he found new outlets for his talents. He wrote the screenplay for John Huston’s 1956 film version of “Moby-Dick,” scripts for the television series “Alfred Hitchcock Presents” and collections of poetry and plays.
In the mid-1980s he was the on-camera host of“Ray Bradbury Theater,” a cable series that featured dramatizations of his short stories.
While Mr. Bradbury championed the space program as an adventure that humanity dared not shirk, he was content to restrict his own adventures to the realm of imagination. He lived in the same house in Los Angeles for more than 5o years, rearing four daughters with his wife, Marguerite, who died in 2003. For many years he refused to travel by plane, preferring trains, and he never learned to drive.
In 2004, President George W. Bush and the first lady, Laura Bush, presented Mr. Bradbury with the National Medal of Arts. Mr. Bradbury is survived by his daughters, Susan Nixon, Ramona Ostergen, Bettina Karapetian and Alexandra Bradbury, and eight grandchildren.
Though the sedentary writing life appealed to him most, he was not reclusive. He developed a flair for public speaking and was widely sought after on the national lecture circuit. There he talked about his struggle to reconcile his mixed feelings about modern life, a theme that animated much of his fiction and won him a large and sympathetic audience.
And he talked about the future, perhaps his favorite subject, describing how it both attracted and repelled him, leaving him filled with apprehension and hope.
http://www.nytimes.com/2012/06/07/books/ray-bradbury-popularizer-of-science-fiction-dies-at-91.html?pagewanted=1&_r=1&hp
ELIANE BRUM (2/3)
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
ELIANE BRUM (1/3)
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda(Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
terça-feira, 5 de junho de 2012
GISELLA E A BORBOLETA !!!
Gisella voltava para casa...
No meio do caminho
uma Borboleta pousou no
seu ombro..
tanto tempo que nao acontecia
aquela situacao tao especial...
No inicio ela se assustou um pouco...
depois foi gostando da ideia !!!
A borboleta caminhou pela mao dela
procurando alimento,
achou que poderia
encontrar...
Gisella se assustou.
Borboleta voou !!!
segunda-feira, 4 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
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