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quinta-feira, 25 de março de 2021

As Vivências de José Carlos Gentili by Carlos Nejar



AS VIVÊNCIAS DE JOSÉ CARLOS GENTILI

 


 

Acaba de sair, em Brasília, o livro Vivências, de José Carlos Gentili, poeta, romancista, memorialista, historiador e conferencista, um dos mais dinâmicos intelectuais deste País, ativista cultural raro, membro dos mais ilustres, da Academia de Letras de Brasília e da Academia de Ciências e Letras, de Portugal, com forte liderança a favor da nossa língua portuguesa, sendo autor de uma obra-prima ficcional, A Lagoa dos Cavalos. E uma análise antológica, A Infernização do Hífen.

 

Este volume reúne seus discursos, artigos, reflexões, fotografias, caricaturas, profunda humanidade, onde sua estirpe poderosa de gaúcho se alia ao espírito pioneiro da Capital Federal, certo de que “o barro tem cheiro de milênio”. E como diz Antônio Vieira, só existimos quando fazemos. Nos dias em que não fazemos, duramos”.

 

Por sinal é essa última frase do “Imperador de nosso Idioma”, registra o perfil atuante de Gentili, em tantas esferas do conhecimento, sempre com generosidade de quem não se perde no tempo e cria seu próprio tempo. E assinalo que, em certo instante de minha vida, fui testemunha ocular dessa generosidade ou vontade de servir ao próximo. E gratidão não envelhece. Como ele anota num pensamento, “deve ser algo imperecível”. Mesmo que “a lembrança seja um relâmpago no céu da memória” (é outro aforismo seu). Ou a memória seja a intensidade com que as coisas acontecem, na referência a Fernando Pessoa.

 

Aliás, no seu livro, assevera, com justeza: “direitos humanos não estão dissociados dos deveres humanos, que compõem o império da democracia, visão semeada pela Grécia antiga.”

 

E adiante acresce: “A cortesia é um atributo da civilidade, da educação no trato com outrem, da polidez, da amabilidade, que deve reger o universo das relações humanas”.

 

Vivências diz muito deste pampiano, ao lado de sua amada Marilene, com o dom maravilhoso de congregar, de inventando, ser inventado, de, com singular imaginação no amor, descobrir o coração do leitor, num texto que também nos lê.

 

@Carlos Nejar é escritor. Da Academia Brasileira de Letras.

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