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segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Chaaya Prabhat
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Gonçalo Ivo na Revista DASartes
“No te escondas, que ya te has puesto viejo.
Que a Natura obedezcas te aconsejo,
Que el tiempo te robó tu fortaleza.
…Está marcado tu destino, y si tarda treinta
años o quarenta, te ha de parecer mucho,
aunque no es nada.”
Petrarca, Cancionero.
Versión de Ángel Crespo
Veneza, terça-feira, 23 de março de 1993
Enquanto o trem avança em direção a Pádua, eu penso nas viagens que fiz pelo Nordeste do Brasil, nas construções simples e limpas, adornadas por uma geometria sumária, nas casas brancas e capelas pequeninas com seus cruzeiros na cumeeira iluminados. O dia de sol radiante na Itália é, para mim, o mesmo sob as cidades esquecidas na beira da estrada que corta a Bahia em sua latitude. Meu reencontro com a pintura da Cappela degli Scrovegni é também uma volta para casa. Os afrescos de Giotto mimetizam as paisagens pedregosas do sertão, o céu muito azul, os rebanhos de cabras pastando e a vegetação esquálida. O colorido resplandece em inúmeros dourados, verdes-esmeraldas, carmins e azuis, como nos dias festeiros de procissão. Em O sacrifício de Joaquim, Deus se manifesta em mistério glorioso, por meio de uma minúscula mão suspensa no ar.
Vargem Grande, Sítio São João, outubro de 1999.
O TERCEIRO DIA
Revelo algumas árvores íntimas. Para mim, elas são a ponte entre o céu e a terra. Suas copas sustentam o firmamento, suas raízes profundas são as fundações de uma grande arquitetura. Antes mesmo de criar o sol, a lua e as estrelas, Deus, no terceiro dia, deu vida às árvores. E nos pôs a caminhar entre elas.
Havia no pomar, ao lado do meu ateliê em Teresópolis, uma velha pereira morta. Não deixei que a cortassem. Seu tronco e galhos retorcidos eram o abrigo de pássaros, parasitas e fungos. Durante o dia, essa árvore aderia-se à paisagem clara. Nas noites limpas e frias de inverno, seu desenho bruxuleante surgia como uma grande onda deslizando sobre o fundo azul do mar. Seus galhos, secos e brancos como ossos, apontavam as estrelas que deambulavam vagarosamente.
Mesmo morta, como uma pedra, essa árvore estava sempre em movimento. Se a imaginava imóvel, havia nela o deslocamento de sua forma, que se lançava como uma elipse ascendente. Agora, ela reaparece como uma sombra em minha pintura. É a árvore que hoje se oculta e se revela entre tantas outras árvores.
PS: Essas são reminiscências de meus diários escritos nas últimas décadas.
Gonçalo Ivo
Madri, 12 de outubro de 2021.
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Salmo 90 em Português
Salmos 90
1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.
4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
5 Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.
6 De madrugada floresce e cresce; à tarde corta-se e seca.
7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados.
8 Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto.
9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; passamos os nossos anos como um conto que se conta.
10 Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.
11 Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.
12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.
13 Volta-te para nós, Senhor; até quando? Aplaca-te para com os teus servos.
14 Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.
15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
17 E seja sobre nós a formosura do Senhor nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Books 5/2021
Books 5/2021
45.
João do Rio
“O bebê de tarlatana rosa” e outros contos
Confraria dos Bibliófilos do Brasil
46.
George Simenon
La Ballerina del Gai-Moulin
La danseuse du Gai-Moulin
Adelphi
47.
Renato Lima
Chico Rei
Ilustrações Graça Lima
Editora Paulus
48.
Rubén Darío
Azul
Tradução de Marcelo Barbão
Editora Annablume
49.
George Simenon
L’amico d’infanzia di Maigret
L’ami d’enfance de Maigret
Traduzione di Marina Karam
Adelphi
50.
George Simenon
Maigret e l’omicida di rue Popincourt
Traduzione di Annamaria Carenzi Vailly
Adelphi
51.
Orígenes Lessa
A cidade que o diabo esqueceu
Editora José Olympio
52.
Gaio Giulio Cesare
Bellum Hispaniense
La Guerra di Spagna
Traduzione di Adriano Pennacini
Einaudi - Gallimard