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sexta-feira, 31 de julho de 2009

LUCÍLIA GARCEZ

Ser amigo da Lucília é a grande oportunidade de ver como a nossa Vida pode ser mais doce. Conviver com ela é uma benção de Deus.

Filha queridissima !

Mãe por excelência !

Avó extraordinária !

Filha, Mãe e Avó que todos queriam ter !

Lucília, Seja bem vinda !!!!

E agora sintam o prazer de ler uma crônica dela.


A paixão pela leitura

Sempre me perguntam como eu me transformei numa leitora voraz. Desde que aprendi a ler, descobri as histórias em quadrinhos: Mickey, Tio Patinhas, Pato Donald, Luluzinha, Lili, Bolinha...Quando fiquei mocinha descobri as fotonovelas, que na época eram importadas da Itália e traduzidas. Baseavam-se em clássicos da literatura universal: Os miseráveis, Pimpinela Escarlate. Depois passei a ler os contos de amor que eram vendidos nas bancas de jornal.

Assim, a minha competência em leitura foi ficando muito desenvolvida, pois eu podia ficar horas envolvida naquelas histórias. Passei a ler muito rápido e com estratégias de compreensão bem desenvolvidas.

Quando cheguei à 5ª série (antigo ginásio), um professor de português passou a exigir a leitura de livros de literatura. Aí eu descobri que aqueles contos de amor que eu estava lendo obedeciam a uma fórmula muito pobre: moça seduzida e abandonada descobre um amor verdadeiro e é feliz para sempre. Só mudavam os nomes e os cenários , mas o enredo era sempre o mesmo.

O primeiro livro de literatura que eu li foi Clarissa, de Érico Veríssimo. Que maravilha! Tudo diferente daqueles contos banais. Era a vida e a emoção saltando das páginas do livro. Nunca mais parei de ler tudo o que tinha em casa: José de Alencar, Machado de Assis, Taunay...

Quando cheguei ao ensino médio (antigo Normal), escrevi uma redação em que meus tumultos interiores de adolescente ficavam muito evidentes. Minha professora devolveu o texto com o seguinte poema de Cecília Meireles:

4º motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:

também é ser deixar de ser assim.

Rosas verás, só de cinza franzida ,

mortas intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,

ao longe, o vento vai falando em mim.

E por perder-me é que me vão lembrando,

por desfolhar-me é que não tenho fim.

Nesse momento eu descobri que a poesia pode salvar uma vida.



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