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domingo, 30 de agosto de 2009
HINO NACIONAL
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PIAZZA DEL CAMPIDOGLIO
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
RIO DE JANEIRO (II)
Samba do avião
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto estaremos no Galeão
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar...
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
RIO DE JANEIRO (I)
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
FESTIVAL CORA CORALINA - GOIÁS VELHO
Em comemoração aos 120 anos de nascimento da poetisa Cora Coralina e
20 anos de criação do Museu que leva o seu nome, acontecerá de 19 a 23
de agosto o Festival Cora Viva Coralina.
programação:
Dia 19 de agosto (quarta-feira)
Local: Museu Casa de Cora Coralina
19 h - Abertura oficial do Festival Cora Viva Coralina
Inauguração da exposição permanente do Museu pela Caixa Econômica Federal
Homenagens aos beneméritos e funcionários do Museu
lançamento do livro: Moinho do Tempo -estudo sobre Cora Coralina
(orgs) Clovis Britto.Maria Eugênia Curado e Marlene Vellasco- SENAC/GO
Pré-lançamento do livro Cora Coralina: raízes de Aninha-(Orgs) Clovis
Britto e Rita Elisa Seda- Editora Idéias& Letras- Aparecida do
Norte-SP
Tributo a Cora: apresentação musical com Andréia Teixeira, Antonio
Roldão e Reinaldo Reis
Dia 20(quinta-feira)
Horário: 6h 30m-Alvorada festiva pela Banda do 6º BPM- percorrendo o
centro histórico
Horário: 9 horas - Roteiro Poético com os alunos das escolas públicas,
seguindo o roteiro do Itinerário Cora Coralina, com o arquitero
vilaboense Elder Rocha Lima
Horário: 11 horas e 16 horas
Local: Quintal de Cora- apresentação da pela "Os Meninos Verdes", com
o grupo Cia Voar de Teatro de Bonecos, de Brasília
Horário: 19 horas
Local: Igreja do Rosário- Largo do Rosário
Missa festiva em ação de graças pelos 120 anos de nascimento de Cora e
20 anos de criação do Museu. Participação especial do Coral Solo, da
cidade de Goiás
Homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás- propositura do
Deputado Mauro Rubem
Lançamento do selo comemorativo pelos Correios e Assembléia legislativa
Apresentação da Banda do 6] BPM
Show com o cantor Marcelo Barra
partilha do Bolo do Vizinho
Dia 21 (sexta-feira)
Horário: 9 horas e 14 horas - continuação do Roteiro Poético
Horário: a partir das 12 horas
Local: restaurantes credenciados da ARPHOS
Roteiro Gastronômico - pratos inspirados na poesia de Cora
Horário: 16 horas
Local: Museu Casa de Cora Coralina
recital de poemas, apresentação de artistas locais e degustação de doces de Cora
Horário: 19 horas
Local: Auditório Brasilete Caiado - UEG
Mesa-redonda: Dentro e fora de Cora, a natureza em coralina
Palestrantes: Dr. Paulo Sérgio de Almeida Salles, professor Clovis
Carvalho Britto. professor Antonio Claudio Araújo Júnior, professora
Maria Luiza Gastal
Mediadora; Marlene Vellasco
Horário: 21 horas
Local: Teatro São Joaquim
Espetáculo teatral inspirado nos poemas e contos de Cora e Monteiro
Lobato - Grupo Teatro do Inconsciente Flor de Beco, de Brasília
Dia 22(sábado)
Horário: 9 horas ás 12 horas - visita guiada no Museu com apresentação
de poemas pelo músico e compositor Daniel Melo
Horário: 17 horas
desfile de moda e bijouterias - inspirados na obra de Cora -
apresentação de poesias e animação com o grupo Raizeiros
Horário: 19 horas
Local: Museu Casa de Cora Coralina
Lançamento do livro : Cora Coralina: Raízes de Aninha-Editora Idéias &
Letras- SP
Horário: 21 horas
Local: teatro São Joaquim
Apresentação da pela Teatral _Cora Coralina:Coração Encarnado com as
atrizes RenataRoriz, Rita Elmor e Tereza Seiblitz, direção de Orã
Figueiredo.
Horário: 22 horas
Show com o cantor ZECA BALEIRO e banda
Dia 23(domingo) Encerramento do Festival Cora Viva Coralina
Local:Teatro São Joaquim
Apresentação de Vídeos sobre Cora e apresentação da peça infantil: O
Prato Azul Pombinho,com a atriz Tina Lopes, de Ribeirão Preto.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
O PRIMEIRO LUGAR NO VESTIBULAR - ROSÂNGELA ROCHA
ROSANGELA ROCHA - O PRIMEIRO LUGAR NO VESTIBULAR
domingo, 9 de agosto de 2009
ESCRITORES...
terça-feira, 4 de agosto de 2009
MONTEIRO LOBATO EM 1933 - NOVO GULLIVER
Novo Gulliver
Há lembranças da meninice que jamais se apagam do cérebro adulto, mesmo quando esse receptador de impressões não consegue, por fraqueza senil, reter as da véspera. Lembro-me de um cromo de vivas cores, visto aos cinco anos, reclame da linha de coser Coat’s e não me lembro dos desenhos alegóricos a Cristo publicados nos jornais na última sexta-feira santa. Representava esse cromo um gigante estirado à borda do mar e enleado de mil fios de linha Coat’s; em redor formigava a legião dos pigmeus amarradores. De mãos à cintura, muito contentezinhos, confundiam a imobilidade do gigante, conseqüência do bom sono que dormia, com a imobilidade da mosca enleada por mil voltas da teia de aranha.
Mais tarde, quando chegou o belo tempo dos livros de Grimn, Andersen, Ségur e outros maravilhadores da imaginação infantil travei conhecimento com Jonathan Swift e tive a explicação do meu cromo de Coat. Representava Gulliver no país de Lilipute, amarrado durante o sono de mil cordas liliputianas. Mas Gulliver acordou, estirou os músculos e com um simples espreguiçamento rompeu, com grande assombro dos locais, toda a amarrilhoca que o prendia.
Quem trepa a um Corcovado imaginário e de lá procura ver em conjunto o Brasil, espanta-se da sua atitude. É um gigante deitado e amarrado. Mas não dorme; ofega com a respiração opressa e faz descoordenados movimentos convulsivos para romper o cordame enleador.
O Gulliver sul-americano principiou a ser amarrado pelos portugueses, quando Portugal descobriu que em suas veias circulava ouro, o sangue amarelo; e desd’aí até hoje os homens do cipó, vulgo homens de governo, outra coisa não fizeram, federal, estadual, municipalmente, senão dobrar cipós, cordas e fios de arame sobre seus membros para que, a salvo de pontapés, possam sugá-lo com as suas trombinhas de percevejo.
Portugal só organizou uma coisa no Brasil-colônia: o Fisco, isto é, o sistema de cordas que amarram para que a tromba percevejante sugue sem embaraços. Quem lê as cartas régias e mais literatura metropolitana enche-se de assombro diante do maquiávelico engenho luso na criação de cordas. Cordas trançadas de dois, de três, de quatro, de dez; cordas de cânhamo, de crina, de tucum, de tripa; cordas estrangulatórias de espremer o sangue amarelo e cordas de enforcar.
E assim foi até que um português de gênio impulsivo se condoeu da triste sorte do gigante e cortou o cordão umbilical que o prendia à Metrópole, corda mestra, corda mãe de toda a linda coleção de cordas fiscais secundárias. E o gigante respirou e viveu feliz, sobretudo no meio século de “compreensão” que o magnânimo filho do primeiro Pedro houve por bem outorgar-lhe.
Mas não há felicidade que dure mais de meio século. Uns bacharéis formados pela universidade da Lua e uns generais tentados pela serpente da traição implicaram-se com a velhice do príncipe magnânimo, acusaram-no de saber quatorze línguas, de assistir a exames de meninos, de boicotar com um célebre lápis azul os maus juízes, em vez de fazer as coisas interessantes que, quatrienalmente postos no lugar do velho sábio, eles, bacharéis e generais, fariam. E deportaram-no; meteram-no a bordo dum mau navio e:
— Vai ninar os netos de Victor Hugo. Tu não entendes de lidar com o gigante.
O bom velho partiu e os bacharéis e generais, a olharem-se uns para outros, sorridentes e gozosos, tomaram conta da casa.
Não diremos aqui das conseqüências inúmeras da mudança; basta que as sintamos todos os dias como o suplício da gota d’água; diremos somente da coisa capital que a república fez, faz e continuará a fazer. Estomagada com a liberdade de movimentos do bom gigante, resolveu amarrá-lo de novo. Foi às cartas régias da Metrópole e ressuscitou uma a uma todas as cordas e cipós fiscais rompidos pelos Pedros; recompô-las e começou a enlear pachorrentamente o pobre Gulliver. Amarra os braços, amarra as pernas, amarra as mãos; amarra, amordaça a boca para que não grite — e foi-se a Constituição; amarra, venda os olhos para que não veja — e lá se foi a imprensa.
Sobre o corpo de Gulliver desceram todos os arrochos. Não bastaram os cipós e cordas de invenção lusa; importaram-se cabos de aço, torniquetes complicadíssimos, borzeguins medievais, remodelados pela engenhosidade moderna. O Fisco tornou-se o objetivo supremo da república, a meta de todas as suas altas cogitações. Anualmente se reúnem, durante meses, centenas de técnicos cuja função é uma só: inventar novas torturas fiscais, novos aparelhos de sarjar as carnes e extorquir sangue à vítima.
Gulliver estertora. Todas as suas forças emprega-as em defender-se das cordas e ventosas que o Congresso torce e engenha. O Santo Ofício virou um marquês de Sade repartido em bancadas; não se contenta em tirar sangue, há que tirá-lo da maneira mais dolorosa, da maneira mais incômoda, da maneira mais lesiva ao organismo do bom gigante. A invenção do novo borzeguim — imposto da renda, excede a tudo quanto saiu da cabeça dos inquisidores: a vítima ignora o que tem de pagar e se não paga com exatidão incide em pena de confisco! E se em desespero de causa pede ao Fisco que lhe explique o mistério, que lhe dê a chave vertical e horizontal do quebra-cabeças, o marquês de Sade sorri e responde, diagonalmente:
— Pague com cheque cruzado, e explica com grande ironia de detalhes como se toma de uma régua, duma pena molhada em boa tinta e como se cruza um cheque.
Não há criatura neste país que não confesse um desânimo infinito. As energias do homem que trabalha e produz despendem-se por três quartos na luta contra a escolástica e o sadismo da cipoeira fiscal; sobra-lhe uma pequena parte para dedicar à sua indústria. Até esforço muscular dos dedos o sadismo do fisco lhe rouba. Pela manhã, ao acender o primeiro cigarro, tem que gastar o esforço de duas unhadas para romper o selo com que o fisco tranca as caixas de fósforos e os maços de cigarro.
Este engenhoso sistema de tortura tem em vista uma coisa só: permitir que sobre o corpo do gigante a vermina duma parasitalha infinita engorde em dolce far niente, como o carrapato engorda no couro do boi pesteado.
Vermina ininteligente! Consultasse ela os carrapatos e receberia deles um conselho salutar:
— É perigoso levar a sucção a grau extremo; morre o boi, e com ele a parasitalha.
Será que nem o instinto da conservação própria consiga meter um raio de inteligência nos miolos do triatoma megista?
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
MONTEIRO LOBATO (1882-1948)
REAÇÕES MENTAIS DUM INGÊNUO
Prefácio
Escrever é anotar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena — e disso vem o valor da literatura. Por meio dela fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos momentos da alma desse povo.
Neste livro está enfeixada uma série de reações ocorridas num período bem atormentado da vida brasileira. Todos sentíamos um terrível e indefinível mal ambiente. Um cheiro de fim. Era a República Velha que agonizava na presidência Bernardes.
A revolta surda que em toda gente latejava explode nas reações do escritor sob forma de cólera represa, de sarcasmo, de simpatia pela Rússia de Lenin, de anseio vago por uma revolução que viesse quebrar a sórdida cristalização leda e cega em que vivíamos desde 89.
A espaços, fugas para o passado — para o passado nosso e para o passado da França, visto como para o brasileiro daquele tempo (e talvez ainda para o de hoje) havia o Brasil aqui e a França lá fora. Fugas que nos aliviassem do mau presente.
E a revolução sentida no ar veio — para o que ainda não sabemos. A experiência está a processar-se. Impossível determinar se houve ganho dalguma coisa ou não.
Na aparência desordenada e desunificada deste livro de impressões dadas em jornal — pelo O JORNAL de Assis Chateaubriand e pela A MANHÃ de Mario Rodrigues — há uma estranha unidade, denunciadora do estado de espírito dos tempos.
Na Antevéspera era livro que devia sair em começos da presidência Washington. E que não saiu por uma razão bem de cabo de esquadra: falta de título. Preguiça, desânimo de descobrir um título. Por fim os originais se desgarraram, sumiram-se — e assim sumidos passaram vários anos. Um dia encontrei-os, amarelecidos pelo tempo, atrás dum armário. Reli-os com extrema curiosidade.
— Onde já lá vai tudo isto! foi o o comentário da saudade.
Durante esses anos de interregno o autor viveu fora do país, voltando para vê-lo com o grande sonho da Revolução realizado. E sentiu-se um pouco mais triste do que antes.
Que as revoluções revolvem, sabemos. Mas que não melhoram o material revolvido ficamos sabendo. Creio que hoje há por aqui mais tristeza, mais desespero resignado porque andamos todos a sentir que a grande coisa para a qual sempre apelávamos parece que falhou. E se falhou, para que mais apelar?
Entra, ainda no livro uma coisa que não é daquele tempo. Servirá para mostrar como resistem, subsistem e insistem na República Nova certos mancais técnicos, arquigastos, da República Velha.