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Um momento há na vida, de hora nula,
em que o poema vê tudo, viu, verá;
e a si mesmo, na cera em que se anula,
sob o fogo dos céus, consumir-se-á.
Há nas fomes dos tempos, uma gula,
umas vicitudes, fados, ah !
Há tempos em que o canto se modula
sob o sibilo de Cassandra má.
Vejo morrer, ó céus, em dura lei,
meus membros, minhas vísceras, meus ossos
sob as rosas de lava que inventei.
Antes que os lábios, amanhã, ó poema,
hirtos se calem, vossos, serão vossos,
esses cânticos de renunciação.
Jorge de Lima
Canto VI
CANTO DA DESAPARIÇÃO
Um momento há na vida, de hora nula,
em que o poema vê tudo, viu, verá;
e a si mesmo, na cera em que se anula,
sob o fogo dos céus, consumir-se-á.
Há nas fomes dos tempos, uma gula,
umas vicitudes, fados, ah !
Há tempos em que o canto se modula
sob o sibilo de Cassandra má.
Vejo morrer, ó céus, em dura lei,
meus membros, minhas vísceras, meus ossos
sob as rosas de lava que inventei.
Antes que os lábios, amanhã, ó poema,
hirtos se calem, vossos, serão vossos,
esses cânticos de renunciação.
Jorge de Lima
Canto VI
CANTO DA DESAPARIÇÃO
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