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quinta-feira, 9 de junho de 2011

José Régio - Estação Término




Estação Término

Como um navio no mar
A meio da noite a casa,
E o vento e a chuva em redor.
Lá dentro, a um canto do lar
Onde um bom tronco se abrasa,
O homem sentado espera.
Se alguém chegar,
Terá luz, terá calor.
Batem a porta. Quem dera
Que fosse realidade !
Já teve tais decepções
O homem que há tanto espera !
Mas agora, alguém batera
Que chega da tempestade,
Que percorreu solidões...
" Entre quem é ! " Pode ser
Alguém que venha roubar,
Assassinar, ofender...
" Entre quem é ! " Não importa.
Se alguém vem que bate a porta,
O homem só quer abrir.
Chegou, por fim, a saber
Que, venha lá quem vier,
Seja quem for,
Só um dos dois pode ser
Desde que não a fingir :
A Morte, o Amor.


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